quarta-feira, dezembro 24, 2008

Constando


Dadas as circunstâncias, 
devo dizer que tenho dedicado demasiada atenção 
ao dado que me discorrera.

Sendo um jogo de dados matematicamente previsível
 e humanamente incerto, 
devoto certo respeito pela sua coragem.

Dizendo mais claramente: 
obrigada por ter entrado no jogo justamente agora.

terça-feira, dezembro 23, 2008

..Chata..




Um dia eu fiquei chata. 

Não lembro direito quando, 

nem como, 

mas alguns fatos ficam bombardeado meus olhos 

semi-cerrados ou semi-abertos

 (o efeito físico é o mesmo):


Quando eu troquei as arminhas de pressão e os ralados no joelho por bonecas e panelinhas de mentirinha.


Quando eu deixei de pegar jacaré no pescoço do meu pai pra lá da linha de segurança do mar e comecei a ficar na praia, tomando sol e ajeitando castelos de areia (ajeitando, não mais fazendo).


Quando eu parei de pedir pra lerem antes de eu dormir e comecei a ler pra me exibir e depois a ler para mim mesma...em silêncio.


Quando eu decidi que seria subversiva, que não gostava de gente comum, que era também gente vazia...Mas houve um fato que me fez ver, como num filme, os rostos todos padronizados, as lâmpadas de idéias todas acesas na mesma cor...Mas não lembro bem...Acho que envolvia um presidente ruim expulso seguido de outro presidente ruim reeleito e outro ruim também e reeleito também e o próximo que será ruim e reeleito igualmente pela mesma massa de bestas-quadradas (na qual eu e você estamos injustamente incluídos , é claro).


Quando eu virei artista pra mudar o mundo, esqueci do motivo inicial e comecei a achar que o mundo é que devia mudar. Depois retomei a consciência e reassumi a responsabilidade sobre as mudanças internas em prol de mudança exterior... E fiquei áspera comigo mesma.


Um dia eu fiquei chata, comecei a acordar de mau humor, ter manias, ter rebeldias...Um dia eu cresci e comecei a pensar sozinha, pão e circo me davam azia de repente,

...e o fato de coelho da páscoa não botar ovos começou a me perturbar de forma incomum e agoniante...

sábado, dezembro 20, 2008

.:: A Tempestade ::.


Que tipo de liberdade é essa? Condicionada...Condição do nada.
Claro que eu posso escrever o que eu quiser, desde que não emita opinião. E se eu quiser emitir? Não publique aqui. Ou melhor, tente... Vai ser editada mesmo...
Nada é válido. Tudo é suspeito. E extremos são impublicáveis.
Deve ser completo, mas não demais. Deixa na casca. Agora afunde as garras. Heresias da palavra!!!
Linguagem culta, mas não muito rebuscada, aliás, refinada. Se é que alguém entende e quer saber dessas palavras. Refinada lembra o açúcar...o pop entende então...
Esse não é o nosso estilo. Muda aqui, ali e acolá. Ok, esse sim é o padrão. Satisfeito patrão? Agora o estilo não é meu, mas vosso. Contudo é seu nome que vai, querida...
E eu que só queria me expressar... Acho que escolhi a profissão errada... Mídia comprada, hipócrita, corrupta e muda! Quem tem que mudar não sou eu! Emudecer é que não vou! A expressão é que tem que voltar a ser o que era antes...Extravaso, denúncia, questionar constante e incessável!
Por isso me dizem que minhas ideologias não durariam e que minha esperança é quase ingênua... 
"mas deixe que digam, que pensem, que falem..."

"Sei que minha força é quase santa, como foi santo o meu pesar...
Estive cansado, o teu orgulho me deixou cansado, 
teu egoísmo me deixou cansado, 
tua vaidade me deixou..."
"e você estava esperando voar, 
mas como chegar até 
as nuvens com os pés no chão?!"
(Renato Russo)

sexta-feira, dezembro 19, 2008

::.Instigo castigo.::


- Qual o contrário de castigo?

(silêncio)

- Por favor me digam, realmente preciso de vocês para descobrir. Qual o contrário de castigo? Tenho 85 anos e ainda não achei coerência na noção de castigo. Seria privação um sinônimo? E o contrário, eu preciso saber do contrário! Me ajudem !!

(pede com veemência a platéia)

- Quando fazia algo errado era posta no quarto, sem poder sair, às vezes até sem comer; mas era apenas uma simbologia de proibição de certas liberdades. E o não-castigo, o que era, afinal? Tento ver como a vida corrente, com todos os direitos que conquistamos. Mas agora estou confusa...O castigo é essa punição velha e conhecida que fazia de nossos quartos uma masmorra...tá, mas quando nos desligamos de nossos pais, quem nos castiga ? E de que forma?

“Toda nudez será castigada”

- Sei que Nelson Rodrigues nunca pensou nos dois lados de uma situação, mas voltando a minha dúvida terrível... Enquanto estamos vestidos estamos aproveitando os direitos que conquistamos, certo? Ah, a lógica não se aplica mais há tempos, falei, falei e pouco conclui, estou nua diante de vocês, me castiguem agora que eu sou minha própria juíza.

terça-feira, dezembro 09, 2008

.: Redação, boa tarde :.



- Telefonista ?
- Por favor, ligue no 9876-5432
- Ok.
- Obrigada.
(Desliga o telefone e aguarda. Telefone toca. Ela atende)
- Tu, tu, tu... 
- Alô?
- Oi, aqui é do jornal bláblá, meu nome é Fulana, gostaria de uma informação sobre...
(A conversa se desenrola em alguns formatos-padrão: cordialmente, de forma tensa e desconfiada ou quase que íntima).

A semelhança com Matrix não é mera coincidência. 
Esperança antiga e constante da repórter: 
ser sugada pelo telefone para fora da Matrix
 (ou para dentro de uma outra) 
e virar notícia.
Como até hoje ela não foi sugada, fica aqui a explicação do emudecimento de 3 segundos ao início de toda ligação; 
o silêncio é necessário para a retomada da consciência e reacomodação da mente entediada.
Mas ela carrega sempre uma barra de chocolates intacta e uma pílula azul,
 só para prevenir.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

.e não me acomodar com o que incomoda.

Vi um filme, "holy smoke", traduzido erroneamente como Fogo Sagrado e ambos colocados erroneamente como título de uma boa produção cinematográfica com ótimos atores e péssimo roteiro.
Pronto, falei de algo palpável de forma suscinta e direta.
Satisfeito? Eu não.
Sei que você sempre me diz que sou péssima ao tentar colocar verbos em frases e que se tirassem os adjetivos da minha vida eu ficaria muda. Ah, sei também que você jamais admitiria que disse isso e que eu estou borboleteando seus comentários...Mas lamento lhe decepcionar, vou falar sobre inebriações;

Essa fumaça morna que vem,
completa um vazio sedento por quem
procura algo de novo no "vem".
Vai vir até a mente e despertar mistérios,
vai chegar até os olhos e confundir os tédios,
vai passar pela memória e esclarecer bobagens,
vai então usurpar as formas cansadas dos mesmos nomes.

e eu acho que tenho certeza daquilo que eu quero agora...

sexta-feira, novembro 21, 2008

Long Playing life...

Microfonia
Chiado
Estática
Estátua!
Buzina
Britadeira
Explosão
Fone de ouvido!
Mozart
BB King
Pink Floyd
The cure
Legião!
Brisa
Mar
Riso
Folhas
Pássaro
Que progressão desconexa, 
perturbadora, irritante, calmante,
saudosa, indignada,
adjetivada demais.

quinta-feira, novembro 13, 2008

.InCONseqüênTENTE.


"Eu rio na cara do perigo!" (O filho do rei leão)

Se protegem demais,
se projetam demais,
se procastinam por muito pouco
e muito nada vale quando insegurança é gerada pelo excesso da necessidade por segurança.

Deixa queimar,
deixa arder,
doer,
sangrar,
cortar,
morrer.
Que sem esses desabores não somos nada senão bibelôs empoeirados.

E poeira faz espirrar,
pode dar alergia,
pode até matar!
Limpa logo para não infeccionar!
Se comer isso dá câncer, se comer aquilo previne, e aquilo outro cura.
Ei, aquilo isso e aquilo outro não são, pois, a mesma coisa?
(que a gente usa pra designar o que não entende, mas tá na sabedoria popular)

Ah, são só receitas.
Ninguém te ensinou a brincar.
Gargalhada também é natural,
abraço então nem se fala.
Ficar na chuva dá pneumonia.
Tá chovendo,
com licença, 
vou lá fora me empneumoniar.


sábado, novembro 01, 2008

Assassinaram a lógica

O que faz do fósforo um fósforo e da vela uma vela quando estão apagados?
E se água faz o gelo, aonde ele aguarda o congelamento?
A física é cruel demais com a lógica das palavras.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Para que o costume não se perca


Não me canso de metaforizar, descrever, elogiar, ressaltar, 
e me encantar 
com o delicado e bruto movimento das borboletas.

Um movimento tão completo e harmônico quanto uma dança;
 passo a passo, crescente, envolvente:
 necessário e urgente em cada detalhe.

Cadência imaculada e evolução assistida e persistente... 
Rastejante, difícil, mística... 
Recolhe-se, medita, prepara-se, espera, aguarda paciente um par de asas,
liberdade concedida pelo vento.

Liberdade provisória é válida e bela nesse caso. 24horas. 
Ela atinge o máximo de sua evolução, 
frágil e destemida é brinquedo para o vento
 e colírio para os olhos...

Borboleta, borboleta, 
borbulha a letra ao querer contê-la em palavras...

quarta-feira, outubro 01, 2008

..:: Muito barulho por nada ::..



Barulho

Fazer barulho é necessidade insaciável do espírito inquieto. Contudo, existem vários tipos de barulho:

Aquele que está dentro e sempre acompanha os devaneios da mente.

Aquele que não faz diferença que, de tão cheio, ficou vazio.

Tem também aquele barulho de desabafo que pode ser um trombone ou um suspiro, mas a intensidade do alívio é que conta.

Tem barulho que é abusado, incômodo, insistente, que a gente pede para ir embora, quase implora, mas aí é que ele fica, fazendo barulho no silêncio desesperador da procura (por sabe-se lá o quê).

...do próprio silêncio quem sabe. Aquele que calado espera por uma provocação ou razão para se mostrar.

Designificações das coisas e dos seres


Recompensa


Obrigado não me basta. Até por que é uma palavra horrível; lembra contravontade, função irrevogável, obrigação mesmo.

Sorriso é bem melhor, claro. Mas ainda não é isso.

Bom mesmo é aquele olhar, aquela inclinada que a cabeça dá querendo que o ombro explique o porquê da gratidão.

Mas ombro não fala. Bom de verdade é não precisar provar, é deixar o gesto solto, sem ter que que autoafirmar. 

Melhor ainda é ter no sorrriso um conforto, é ser o sorriso a gratidão eterna por um gesto finito que se eterniza no tremor que dá por dentro quando as buchechas se contraem...

terça-feira, setembro 23, 2008

Cronicando 2

Morfologia em Pane

Começam mudando o nome: Monte Pascoal, Ilha de Vera Cruz, Terras de Santa Cruz, Nova Lusitânia, Cabrália... Aí mudam o sistema político, a organização social, o destino das árvores, o fuso horário, a língua !!!
Guarani era uma língua legal sabe, Tupi é lindo! Tem origem Celta e dizem que até Fenícia ! Mas história não vem ao caso, talvez ao ocaso.
Gramática é a questão. Eu estudei os verbos de ligação, decorei a regência verbal, e tenho as regras de acentuação martelando minha memória de todos os jeitos possíveis!
Fiz musiquinha, esquema de cores, enumeração, e todas as outras técnicas possíveis e imagináveis de memorização. Portanto, estão bem gravadas aqui (ocupando o espaço de um poema talvez).

Mudei meu nome!!! Sim, para os que foram desafortunados como eu e o escrivão do cartório não decorou os esquemas de acentuação: tive que mudar a grafia do meu nome! Hiato, seguido ou não de 's', leva acento! Portanto, Laís tem acento!

Agora, depois daquela balela toda de independência, vem de novo um português me dizer pra tirar o acento da feiúra? Tirar a trema da lingüiça? E "para pôr", vai poder ser "pára por" ou "pára por" ou ainda "para por" ?! (Se é diferencial o acento, é porque tá lá justamente para diferenciar...).
Hoje são os acentos das palavras. Daqui uns dias são os assentos da ABL - que ao contrário do que o título "imortais" sugere, deixam suas cadeiras sim, deixam também os nomes, mas apenas quando saem da vida...

Mudar regras não é bem assim. Não dá pra simplesmente substituir sem deixar resquícios, sem causar choque e confusão. É como se, partino de hoje, todos devessem ter cabelos compridos. Levará tempo para deixar crescer, causará desagrado (principalmente aos homens que não saberiam conviver com o "cabelo de dia de chuva"), e surgiria resistência.
É claro que as regras e leis devem adaptar-se ao seu tempo sócio-histórico; mas as palavras, coitadas, de tão usadas se tornaram pedras, muralhas, carimbos. Significados tão atrelados aos sentimentos de tantos escritores que seria impossível idéia significar ideia.



Cronicando 1

Durante um tempo vou apenas cronicar. Cotidianamente deturpar histórias possíveis e improváveis, ou prováveis e inimagináveis. Enfim, a primeira de muitas: 

Solidão a Dois

- Ele chegou! Ele chegou!

A porta range, um dedo aperta o botão piscando na secretária eletrônica. Como um café seria bom agora. Dentro do armário apenas variações de cores do mesmo produto (macarrão instantâneo), e nada de café.

-Ei, como foi seu dia? Que bom que você chegou, esperei o dia todo por você. A campanhia tocou quatro vezes e telefone oito. Eu fiz o que pediu, não subi na sua cama... Por que você não olha pra mim?

Ainda tem capuccino. Ah, um café vai ser bom. Os oito recados acabaram, nem prestei atenção, vou pôr de novo enquanto ligo a água do banho. Como ela me faz falta. Que cheiro estranho, será que é o lixo? Ela faz falta mesmo. Não é possível que eu tenha que tirar todo dia!

-Olha, achei sua meia, tomei cuidado para não deixá-la ainda mais úmida. Eu estou faminta, mas tão feliz de vê-lo; um pouco velha para dar tantos pulos consecutivos, mas tudo bem, por você vale a pena... Se ao menos você me pegasse no colo como ela fazia, como você fazia com ela...

Deixei a banheira transbordar outra vez. Quando ela estava aqui dava tudo tão certo...Ainda não me livrei das fotos, livros, perfumes, cds. E a cadela ?! Tem os olhos dela, não consigo nem olhar. Acho que ela quer comida. Será que existe asilo para cachorro? Tenho que me desfazer de tudo que era dela; meu psicólogo disse que é para deixar o amor se desfazer, aos poucos... E cadê o outro lado da minha meia?

segunda-feira, setembro 22, 2008

.. Amo ..

Se um dia eu for metade de quem essa cadela pensa que eu sou, estou realizada na vida.
Amor incondicional, leal, verdadeiro,
sem interesses, sem defeitos, sem proibições,
sem porém, sem cobrança,
sem adeus,
só de cão.
Tá, às vezes a gente acha uns cachorros dipostos a idealizar um novo amor,
mas depois de um tempo eles latem, a gente morde e eles fogem.
Comemoro internamente quando chego em casa depois de um dia de muito ônibus, cadeira e teclado. Mas quem festeja mesmo é a cadela, ela pula e late e rodopia de verdade.
Pudera eu expressar minha festa interna com a mesma verdade com que ela o faz.
E se ela não gosta, rosna.
Se quer comer, pede.
Se precisa de banho, rola na grama e vem me mostrar que está se sentindo suja.
Se não gostou da música, sai do quarto e não volta até eu trocar.
Se não gostou do novo namorado, não deixa ele chegar muito perto de mim.
Se a crônica da noite não ficou boa, ela boceja me mandando dormir.
Queria eu poder ser prática, objetiva e sincera.
Um dia eu chego lá,
já me permito uns minutos a mais na cama,
já decido com mais convicção,
já festejo com mais intensidade,
Ainda não consigo afastar os maus namorados, mas já não depende só de mim.
O comportamento canino da Nina é um exemplo para a humanidade,
disso meu librianismo não duvida.

sexta-feira, setembro 12, 2008

.: As formas transformadas :.

Confusão é desatino da mente.

Falta de educação e provocação descarada.

Pensamento é linear e preciso.

(racionalizar é preciso?)
*
É que eu sou atriz e tudo o que eu fiz foi por fingir,
por fingir demais que ninguém me diz o que sentir,
por fingir que nada me faz sentir de verdade,
foi por me impermeabilizar do real e viver nas entrelinhas.
E quando a cortina fecha e me acham sozinha no meio do palco eu fecho os olhos, finjo que não estou, faço um movimento inesperado, mudo o foco, desvio a atenção...
*
Eu quis te convencer, mas chega de insistir...
Pode ser a eternidade má, caminho em frente pra sentir saudade...
Everybody thinks that I'm sad...will hear my words.
I feel allright that we can go away and please my day...
I'll let you stay with me if you surrender

(Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - Janta)

quinta-feira, setembro 04, 2008

.:: Mulher Sem Razão ::.

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
(Clarice Lispector)
*
Mas então a manhã veio e me segredou cores incríveis.
Não tinha muita vontade de virar tarde, mas virou.
Tampouco queria anoitecer, mas o luar clareou sua ausência.
A manha que as estrelas fazem para convencer as nuvens a lhes dar espaço é invejável.
*
Enquanto os galhos do pensamento dela se retorciam para se desvencilharem de toda memória indigna,
enquanto o vento fazia malabarismos para despentear seus cabelos,
enquanto sua música favorita tocava,
enquanto tudo que era eterno escorria na espuma do suco de maracujá se derramando,
enquanto todas as coincidências gritavam para refazer o desfeito...
Ela fugia.
*
Não queria mais brincar de esconder e se mostrou,
se expôs tanto que foi achada.
Mas esqueceu de avisar... De dar o manual,
aliás, não era pra se usar,
nem pra entender,
menos ainda pra brincar,
só era pra ser.
Mas não foi.
*
"Mas tem sempre algo mais...
Seja como for, é uma dor que dói no peito,
pode rir agora que estou sozinho,
mas não venha me roubar..."
(Renato Russo)

domingo, agosto 31, 2008

.. Mochilando para outra história ..


O que há de mais estranho em você é o que me atrai.
É claro que quero viajar longe, ir para um lugar desconhecido,
com você, sem você, tanto faz.
*
Lendo "o guia do mochileiro das galáxias" intriguei-me com algo do tipo:
se existe um número finito de planetas com vida no universo
e o universo é infinito,
divide-se o número de planetas por infinito alcançamos
um número tão próximo a zero
que a vida torna-se insignificante.
E toda forma de vida passa a ser uma alucinação causada por variados fatores.
Eu não existo, nem você, muito menos a nossa história. Pronto! Tudo resolvido!
*
Tão insignificante quanto as mentiras que invento para fugir das decisões
são as vezes em que olho no relógio e os números estão iguais.
11:11, 12:12 - 00:00, 01:01.
O que isso significa? Que foi uma coincidência, e .
Você não estava pensando em mim,
apenas eu perdi tempo olhando as horas para acreditar que estava.
E eu estou com sono, por que você não sai e me deixa sonhar em paz de novo?
*
Talvez isso de ser fria, inabalável, impossível...tenha me tornado também estúpida.
Onde já se viu acreditar que é possível se desvencilhar dos descaminhos dos amores impossíveis? impassíveis e intocáveis...
Na verdade era um só amor, o meu pelo não-seu,
sem retorno, sem choro, sem ilusão,
e sem reticências desta vez.

domingo, agosto 24, 2008



À meia-luz e ao som das palavras que não foram ditas,

os olhos fechados

O bongô desritmando a respiração e desmitificando a serenidade do amor

o peito aberto

Vento soprava as grades da janela que ouvia tudo muda querendo gritar

os olhos fixos dentro de um outro olhar

E ele me dizia para parar de encará-lo,

enquanto previa meus próximos atos, minhas próximas falas...

Ele dizia que enchergava dentro de mim,

mas era claro demais lá fora e me disseram que muita luz se ofusca, se conflitua, se anula...

E quantas histórias eu terei de ouvir, imaginar, reescrever, apagar, para que eu possa finalmente começar aa minha ?!

Tie to me tight, tie me up again...

Into your heart I'll beat again...

domingo, agosto 17, 2008

..:: Móbile no Furacão ::..


Acho que não é pra ser.
Eu me junto e me desfaço quase ao mesmo tempo.
Extremismos.
Estou ficando cansada de ser tão intensa,
Me jogar sem olhar pra onde.
Quando é bom, tá bom, eu até causo espanto.
Mas quando é ruim... às vezes tem pedras, e dói.

domingo, agosto 10, 2008


Guantos galhos saem de suas palavras?
Quantos ramos têm seus pensamentos?
Espetam os olhos de quem vê ou seduzem o artista?
E a boca, abriga vermes, insetos, pragas?
Mas se há vertigem do vento de fim de tarde,
se há fluído fluindo de variadas raízes,
se há um chão com minhocas e folhas saídas de si mesmo...
Quem alimenta quem?
É você apenas parte da paisagem?
É você uma sombra esperando o sol se pôr?
É então um desconforto provindo da Lua mal-entendendo?
É alguma coisa, afinal?

domingo, agosto 03, 2008

Sou criança, sou velha, sou atemporal.



É, a infantilidade é essencial.

O espanto com o comum, o sorriso desmotivado (digo, sem motivo aparente para os cidadãos correntes, já que pra sorrir nunca precisou ter motivo), a sem-vergonhice (não as sacanagens ao pé do ouvido ou nudismo vulgar), a inocência... A inocência. Ah, inocência.

O romance à moda antiga, as resoluções rápidas e decisivas (sem as burocracias atuais de pensar sobre o futuro e acabar não deixando o presente acontecer), os gestos sutis (o olhar fixo e alucinado, as covinhas nas buchechas do sorriso...), a conquista... A conquista. Ah, conquista.

E quem foi que disse que tudo tem que ter um timeline? Quem foi que racionalizou tanto a vida? Quem foi que limitou as reações ao que chamamos de real, palpável, esperado?

O destino é uma piada, eu sou imortal. Quando eu deixar de aparecer, como o gato da Alice, ainda assim procurarão meu sorriso. Quando eu deixar de cantar letras nonsense, provocar rainhas, confundir o caminho... mostrar caminhos... Procurarão minhas cores, minhas palhaçadas, minhas travessuras... Por que o tempo não é nada, não muda as linhas das mãos, portanto, não influi no destino (exista ele ou não).

I feel good, so good, cause I've gotta you...

sábado, julho 19, 2008

.. Figura Faltando ..

Um dia vestido de saudade viva faz ressucitar...

Sentimento ilhado, morto e amordaçado, volta a incomodar...

Quando não tem figura no retrato as letras fazem um pacto:

passam pelos dedos a pureza do sangue que sente cada segundo se esvair sem retorno...

Mas a memória, ela sabe que eterniza. A mente não aceita.

Mas quem se importa?

A mente,

ela mente!

domingo, junho 29, 2008

.Adestrar borboletas.

Se por um momento vc deixasse transparecer...
se por um segundo seu coracao fosse tão transparente quanto a cadência do vôo das borboletas...
Ah, eu amaria vc de novo.

Sei que a metamorfose é cientificamente exata e que minhas mãos não alteram mudancas tão peculiares...

mas se eu pudesse adestrar as borboletas da minha mente,

tiraria vc,

colocaria mais luz,

uns rostos desconhecidos,

umas músicas que ainda não atribuí à ninguém,

umas cores novas

e uns lugares inospitamente habitados.

Algumas contradições marcariam meu tempo,

e o vento teria um cheiro de chá branco e gengibre...

quarta-feira, junho 18, 2008

o.O

Deixe as cores,
Solte o som,
Diga sim,
Mostre os dentes,
Descabele-ce!
Congele o tempo,
Aprisione a luz...
Do alto da montanha,
O azul do céu ...
E faz de cada segundo
um mundo novo

quarta-feira, maio 28, 2008

"A insustentável leveza do ser"


O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.

Quero que essa verdade invada, caia, afunde, como uma bigorna dos desenhos do papa-léguas.

Na terra, na lama, na areia, aonde for.

Plenitude, plenos pulmões pulsando, assoprando, cantando, catando, penas.


Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

(Milan Kundera)

Ah...Agora eu não quero mais a bigorna, quero asas, quero um planador, um pára-quedas, um pára-raios... Embora tudo isso que serve pra parar não deva parar minhas emoções, eu quero, eu quero!

Livre de livros, de livrarias, de livradores. Não quero me livrar, quero ser leve, insuportavelmente leve, de culpa, de dor, de memórias.
Teorias alheias, dogmas arcaicos, coisas dos outros... Não quero mais. Megalomania? Que nada, só pirofagia... Inquisição própria e seleta.

We'll have the live we knew we would... If every simple song I wrote to you would take your breath away, I'd write them all, even more in love with you I'll fall...

Iam rir da minha rima errada, iam ver que eu perco o tom, que não tenho rumo. Mas isso tem jeito. Queria que vissem que posso tirar a respiração, que posso mudar mais rápido ainda de sensação...Enfim, são apenas carcaças, apenas peles antigas, cores velhas, casulos antigos, de uma mesma borboleta...

segunda-feira, maio 12, 2008

.:: Volta pra Revolta ::.



Quando a gente se confunde com o pano de fundo

Tem história sem personagem mas não tem segundo sem imagem.

Acho que é divertido para Chronos fazer labirintos com paralelos universos se cruzando por aí.

Nossos sonhos, devaneios, receios, lembranças... Batidos num samba de segunda, em que eu sambo bem (a dois) por mim, e sozinha.

Penso, chego a uma conclusão: que eu existo eu sei, sei que nada sei e coisa e tal...

Mas se pensar remete a existência...A resistência é mórbida? É inválida e amebóide?

Resisto ao tédio, ao ócio, ao já conhecido, ao atingível, à tantas coisas... Mas se é em vão...

Vou me entediar, não fazer nada, ir aos lugares de sempre, fazer o mais fácil, e nada mais.

sábado, maio 03, 2008

.Pandora.


Não tem problema minha querida,
sei que só queria brincar.
Tudo bem, não chore, o sol vai nascer de novo,
calma, por favor não se desespere, as cores vão voltar...
Respire, me dá um abraço, vem cá. Pronto, vai ficar tudo bem.
Eu sei, eu sei, não se culpe coração, eles tinham asas, não tinha como impedí-los...
Meu amor, não fique triste.
Veja! Ainda tem um filhotinho dentro da caixa, parece uma fêmea!
Não tenha medo, ela não vai te abandonar, é só cuidar bem dela.
Florzinha, dê um nome a ela, esqueça os outros, está tudo bem agora.
Ela não quer brincar? Parece estar meio fraca...
(Que será que ela come?)
Vamos alimentá-la!
Com o que? Ah...O telefone está tocando, já volto, minha vida...
Quando não houver esperança,
Quando não restar nem ilusão,
Ainda há de haver esperança!
Em cada um de nós algo de uma criança...

quarta-feira, abril 16, 2008

.: Meu vício agora é o passar do tempo :.

Alçar vôo, mudar de espaço;
Mudar o espaço, voltar pro chão.
Tocar o céu, encantar a terra;
Confundir as cores, fechar os olhos...
O preto no branco dos olhos,
no escuro é quase tudo igual,
Não faz mal...
A aurora passa, o dia acaba,
e vai ficar tudo igual...
ou não,
quem tem asas... Vai mais longe... muito mais.

sábado, março 22, 2008

.O peso do medo.

O medo pesa mais que a física.
Faz a gente arranjar desculpas, criar impecílios, atrasar emoções...
Quando na verdade sabemos estar apenas fugindo.
A ponte é precisa, pensar é preciso.
O balanço dá enjôo, mas a rota vale o risco.
*
-Pare de falar essas coisas ou eu vou dizer para todo mundo que vc tá ficando louca!
-É mesmo?
-É! e aí ninguém mais vai acreditar em você!
-Loucura dá ibope.
-Você que pensa!
-Olha a Maísa do sábado animado!
-Mas ela é criança!
-Eu também !!!
*
Existe um mundo maior tão perto da gente que me fez acreditar na teoria das super-cordas!
Aquele mundo embutido nos livros, e filmes e histórias... Mas ele parece ser menor que o nosso, cabe em linhas, em páginas... Só que leva a gente pra tão longe e abre tanto a cabeça que hoje existem programas televisivos destinados a contrair essa expansão (BBB...)
*
True love is like fairies: it is not something I believe in, but it still charms me.

segunda-feira, março 10, 2008

Trouxeste a chave?

Essas figuras de formas engraçadas,
simétricas, perfeitas, curvilíneas e ecantadoras...
As mentes então...Perspicazes, perigosas, sagazes...
E também cheias de curvas, esconderijos...
Curiosas, perdidas, compreensivas, ilimitadas,
mas entendê-las, é labirinto, é cilada.

Mecho, remecho, na inquisição,
só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão...
Fama de porra-louca, tudo bem...

sábado, março 01, 2008

.: Esqueci :.


O papel é solúvel,
O livro fica velho,
A informação é eterna se a formação do leitor permitir.

O marca-páginas é incerto, é humano, é racional e bipolar...Inconstância que depende dos números escolhidos por dedos inertes.


A gente tenta marcar onde parou pra não ter de ler tudo de novo, a gente tenta poupar tempo, poupar sentimentos, poupar visão... Mas é tão bom viver de novo as mesmas palavras, sentir os mesmas borboletas na barriga, sentir um abraço olhando nos olhos...




E o seu afeto me afetou, é fato.




sábado, fevereiro 23, 2008

..:: Poisoned Heart ::..

Mau humor contagia
Arrogância pega
Prepotência influencia
Desatenção desnorteia
Amor demais vicia
Possessividade destrói
Saudade mata
Paixão corrói
História acaba
Lembrança vive eternamente
Caneta estoura
Música acalma
A luz acende
A idéia acaba.

Because everybody has a poisoned heart...


terça-feira, fevereiro 05, 2008

.: Los Macaquitos :.

A gente vê cada coisa,
Escuta outras então...
que é melhor nem comentar.
*
Khalil Gibran diz numa parábola que "eles" vem e invadem nossa casa dia-a-dia levando cada hora uma coisa e "nós" nunca dizemos nada. Um dia "eles vem e nos arrancam a voz da garganta e aí já não PODEMOS dizer mais nada"
Usar essa voz (mesmo que pelos dedos escrivinhadores) é um dever cívico.
Saber usar é um dom.
Querer usar é fascinante.
*
Não finja não ver, escute mais atentamente e arregace a garganta fazendo muito barulho.
Somos emoção e sentidos.
Não devemos devoção a qualquer que seja o meio de comunicação.

Deixe que pensem, que digam, que falem...
Deixe isso pra lá, vem pra cá o que que tem?
eu não to fazendo nada vc também....

quarta-feira, janeiro 30, 2008

.Lavando a roupa suja.

Lugar-comum infestado de...lugares comuns!
Uma igreja aqui, uma farmácia alí,
uma padaria, um mercado, um açougue em decadência,
uma floricultura, uma academia, uma classe de psicologia.
*
Rima tão mal que quase convence,
que dá dó da peça demente.
País do futuro, país de terceiro mundo,
(terceiro ainda dá pódium!!!)
país do futebol, país do carnaval!
Os pais? não vão nada mal! Os filhos que vão para o escam...
A gente não sabemos escolher presidente
e ainda canta isso alegremente!
A gente não quer só comida,
A quente quer circo também!
*
Nosso processo eleitoral é o mais automatizado do mundo,
mas somos obrigados a votar (mesmo se não soubermos assinar).
Temos uma infinita lista de cias telefônicas fixas e móveis,
mas contrato de fidelidade e taxa de assinatura só aqui...
Os garçons são educados e simpáticos,
alguns graduados em boas universidades estão lavando pratos.
Os EUA impõem sua cultura mostrando a bandeira em todos os filmes?
Se você tem um amigo que não curte futebol ou não é o 'pegador' do que é que chamam ele?
E ainda, quando vc diz que não gosta de pagode ou sertanejo moderno...
vc é o .... ''sem cultura"
*
Não é reclamação, não é stress, não é indignação,
só reflexão.
Na verdade.. é indignação sim!
Distribuição de renda e educação de qualidade...Educação social! (não são chaves, mas são caminhos)
quanto mais gente entra na universidades, mais profissionais mal formados tem aparecido no mercado...Bestas letradas?

Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez,

tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,

feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu,

mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda.

Ainda que não more nela.

(F.Pessoa/Álvaro de Campos - Tabacaria)

quinta-feira, janeiro 24, 2008

..:: Ética ::..

Quando você vai pular a cerca, o arame é farpado e prende um fio da sua calça...
Daquela calça preferida, a mais escandalosa, vermelha, de tecido leve, que você adora em segredo...
Então, o fio fica. O rasgo é que vai embora com você.
*
E que que isso tem a ver com ética ?!
*
Não muita coisa, mais eu queria falar de calças de tecido vermelhas e usar essa linda fotografia.
xxx
xx
x
Na verdade a analogia era pra sugerir as tais ''regras de conduta'' nas quais se baseia o conceito de ética.
Nada de escândalos, nada de cores berrantes, nada de buracos nas calças e, principalmente, nada de pular cercas (de arame farpado).
***
**
*
Divaguei de novo....
Só queria lembrar que o direito de outrém acaba quando começa o seu,
e por favor senhores políticos, respeitem o meu direito de liberdade de expressão.
Censura do segundo milênio é mais ridícula por acompanhar a tecnologia. Onde já se viu tirar do ar um post de um blog caseiro ?!
Seria isso rabo preso ou calça rasgada?
Olha que o fiozinho vermelho tá preso em alguma cerca por aí ein...
xxx
xx
x
Cortaram meus braços,
cortaram minhas mãos,
cortaram minhas pernas num dia de verão...
Quando querem transformar dignidade em doença,
Quando querem transformar esperança em maldição...
E você de que lado está ?!!

quinta-feira, janeiro 10, 2008

... Don't care ...



Sabia!!

Até que cuido dos meus cabelos,

mas é todo dia!

Um embaraço só.

*

Pela manhã a rotina enlouquece,

Não fossem esses...gnomos...A rotina seria mais breve.

*

Breve??? Leve!

Leve seria o dia-a-dia sem o peso da responsabilidade, sem as exigências dos compromissos, sem a frieza das horas, sem a opressão do automatismo de sentimentos...

-Oi, bom dia, como vai?

-Oi,bem e vc?

-Um pouco angustiado, sabe quando a...

-Até mais, bom te ver, aparece ein!

So close, no matter how far,

Couldn't be much more from the heart...

Forever trusting who we are...

And nothing else matters!!

sexta-feira, janeiro 04, 2008

.: Novidade :.

Essas cores em pólvora, polvorosas, me deixaram encantada.
Todo ano deixam, mas o encanto logo se perde.
Todo ano digo; vai ser diferente, desta vez vou encantar-me por mais tempo!
*
Aí vem a retrospectiva, os novos assaltos e assassinatos do ano novo, as novas barbáries. E pronto. Só ano que vem ou na copa do mundo pra ver mais luzes rasgando o céu.
Aquele barulho, aquela fumaça, o medo que a cadelinha fica, mas e daí? Aquelas formas explosivas coloridas são no mínimo intrigantes!
*
Perguntou-me a crionça no colo da mãe 12.05 Pm:
- Como que coloca brilho dentro dos risquinhos e joga pro céu?
e soltei minha primeira pérola do ano:
-Fala pra eles que vão deixar muita gente feliz e eles vão correndo!
-Aaaaahhh tá! Se eu falar pro meu potinho de glitter, será que ele vai?
-Ih, só no próximo ano novo... Mas aí eu te ajudo tá? Eu tenho purpurina roxa lá em casa. Você gosta de roxo?
-Sim, sim!!!
*
E não é que estou encantada até agora!?

Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entretanto lutamos
mal rompe a manhã.
...
Não me julgo louco.
Se o fosse, teria
poder de encantá-las.
(O lutador - C.Drummond de Andrade)
Porque ano novo "sem Drummond não é bom"