quarta-feira, maio 28, 2008

"A insustentável leveza do ser"


O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.

Quero que essa verdade invada, caia, afunde, como uma bigorna dos desenhos do papa-léguas.

Na terra, na lama, na areia, aonde for.

Plenitude, plenos pulmões pulsando, assoprando, cantando, catando, penas.


Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

(Milan Kundera)

Ah...Agora eu não quero mais a bigorna, quero asas, quero um planador, um pára-quedas, um pára-raios... Embora tudo isso que serve pra parar não deva parar minhas emoções, eu quero, eu quero!

Livre de livros, de livrarias, de livradores. Não quero me livrar, quero ser leve, insuportavelmente leve, de culpa, de dor, de memórias.
Teorias alheias, dogmas arcaicos, coisas dos outros... Não quero mais. Megalomania? Que nada, só pirofagia... Inquisição própria e seleta.

We'll have the live we knew we would... If every simple song I wrote to you would take your breath away, I'd write them all, even more in love with you I'll fall...

Iam rir da minha rima errada, iam ver que eu perco o tom, que não tenho rumo. Mas isso tem jeito. Queria que vissem que posso tirar a respiração, que posso mudar mais rápido ainda de sensação...Enfim, são apenas carcaças, apenas peles antigas, cores velhas, casulos antigos, de uma mesma borboleta...

10 comentários:

Anônimo disse...

Nas cores de cada dia a gente voa. dizendo, abrindo e fechando as portas que nada mais são que as permissões que damos à liberdade, à nossos olhos.

Cara, Milan Kundera é MAGNÍFICO. Eu nunca sei o que esperar dele, ou mesmo quando espero; ele traz mais, mais e mais. Vale muito mais que uma pena.

Beijo querida!

Anônimo disse...

Com asas ou fardos, para mim o que importa é viver e não ver a vida passar. Talvez um pouco dos dois seja o melhor!

Bela citação.

beijo

Auíri Au disse...

Ás vezes me acho um extraterrestre aqui nesse mundo, são nessas horas que pego asas, uso meu pará quedas e vou pra bem longe...

Vivo em constante mutação, em busca da beleza de um lagarto, para se transformar em borboleta(qual é o masculino??hehehe)


beijos

R., R., Rosa disse...

Milan Kundera é incrível.
e é sempre muito bom vir aqui.

Anônimo disse...

Nossa, adorei o post, de tantas e tão diferentes linhas de uma poesia que beira o caos que apenas os sentimentos sabem ser.

Vim aqui por acaso, do link de um blog amigo, e foi uma ótima surpresa. Muito prazer, aliás, em conhecer esse cantinho da blogosfera.

Abraço do Troll.

Anônimo disse...

quanto tempo não passava aqui
;)

Anônimo disse...

ASATO xD
blog que come os "a´s"

Marcos Seiter disse...

Guria, li diversas vezes e não sei o que comentar, embora eu me sinta como a pena que alçou vôo depois de um sopro humano.

Beijos e até mais!!!


Marcos Seiter

O Profeta disse...

Sou!? Serei apenas um desalinhado?
Pensador fugitivo ao agreste sonho
Uma pedra pensante no meio da ilha
Meio Homem, meio Arcanjo, um ser bisonho


Convido-te a navegares esta vaga de sentires


Bom fim de semana


Mágico beijo

sankazama@hotmail.com disse...
Este comentário foi removido pelo autor.