sábado, maio 26, 2007

.. Implosão Involuntária ..


Citiada de mim mesma,
Indignada com a imagem de liberdade que paira e provoca sobre mim.

Um cimento tão cheio de meu sangue,
Grades e parafusos com tanto do meu pensar...
Só sei divagar.

Focada num só objetivo,
Bicho solto, sem dono e um rumo;
tão fútil!

O que acontece quando nossos sonhos são rasos demais? E por uma estação são tomados e engulidos por fúria material e magistral daqueles que já alcançaram algo superior a nós?

segunda-feira, maio 14, 2007

..:: A face original ::..

Perdida em livros, fonemas, frases soltas, notas musicais;
mal sei se era eu ou pedaços restantes de uma essência tão difusa...
Apenas a angústia por um auto-encontro entendia as noites de caça em antigos cadernos.
Imagens? Desnecessárias. O torturante barulho das verdades do silêncio dizia tudo.
Restava o sonho, o sono.
Frases antigas soavam reais demais...


[as reticências tinham som do que não fora dito, e atormentaram tanto...]

sexta-feira, maio 11, 2007

.. A pior mentira ..


"preste atenção, o mundo é um moinho,
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos,
vai reduzir-te as ilusões a pó...
de cada amor tu herdarás só o cinismo,
quando notar estarás a beira do abismo,
abismo que cavastes com teus pés..."

O inevitável que se adia a cada segundo,
um luta interna travada todos os dias, mais e mais, sob o mesmo ciclo.
As vezes é difícil sorrir para quem lhe fez desprezar o lago... Mas navegar é preciso, mesmo que com medo, a coragem da travessia é o que importa.

Só sei esperar.
Enquanto eu respirar e até depois que eu parar, vou me lembrar de você.
"enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar"

sexta-feira, maio 04, 2007

.. Quem ..


"Já estou cheio de me sentir vazio"
(Renato Russo)

Sobra falta do seu olhar,
Seu descaso me congela,
E eu só sei esperar.

Uma reação que não vem,
Um olhar que não desafia,
Um não que seja,
E a noite não finda...

E eu só sei esperar.
Nem sei se você, talvez minha própria conformação,
Não, sou importuna, impertinente, quase insistente,
Mas vc...

Minta pra mim ao menos, dê um sinal de desprezo!
se arrependa, me culpe, não me tolere, mas não me ignore!

Passou,
Voltei ao meu sonho lúcido.
Hoje a tristeza não foi passageira,
Sua aura escurecia todo feixe de luz que de mim saia..
E ainda assim apaga a luz! porquê?
Persisto, não deve ser vc!

quinta-feira, maio 03, 2007

.. Prosopopéia ..



Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas mudam para cisco.
A minha independência em algemas.

(Os Deslimites da Palavra, segundo dia - Manuel de Barros em O livro das ignorãças)

A Deusa está em tudo,
Um caule que dança,
Uma voz no vento,
Um luz que emana energia e beleza,
A pureza permanece intocável...
Já a alma,
Quanto ego!

E Manuel diz que o verbo tem que pegar delírio, deixe-se delirar ! Chamar de simples aquilo que é simples mata!!! por ter esgotado o assunto... Delire!!!