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Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas mudam para cisco.
A minha independência em algemas.
(Os Deslimites da Palavra, segundo dia - Manuel de Barros em O livro das ignorãças)
A Deusa está em tudo,
Um caule que dança,
Uma voz no vento,
Um luz que emana energia e beleza,
A pureza permanece intocável...
Já a alma,
Quanto ego!
E Manuel diz que o verbo tem que pegar delírio, deixe-se delirar ! Chamar de simples aquilo que é simples mata!!! por ter esgotado o assunto... Delire!!!
Um comentário:
Saudações...
Como o estado de espírito, em constante modificação estamos beirando a destruição e a própria criação...Em termos variáveis de sons e gestos descartáveis, surdos ou ainda muito aproveitados, renascemos sempre que olhamos a regra absoluta como exceção em muitos outros lados...
E então, poderia vir o delírio, ou uma nova movimentação...
"(...) E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão que todos nós avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos fortes e nós comemos. Pão é amor entre estranhos."
(Clarice Lispector)
Fique bem.
Cordiais cumprimentos...t+.
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