segunda-feira, maio 04, 2009

Unknown

Quando olho para um sorvete não sei se sinto frio ou calor.
Duas sensações opostas coexistem num único ''objeto''.

Em um filme, a mocinha recusa o sorvete que o mocinho oferece,
porque "é algo doce, que te faz sentir bem, mas derrete em cinco minutos".
E nesse dia fazia frio.
A amiga de fossa comeu meio pote, num dia de calor, mas tinha uma desculpa.

O que intriga mesmo é a sensação de calor sem associar ao sorvete,
A sensação de vazio sem o frio.

Lá fora há névoa - o que o frio ainda tímido manda pra avisar.
Tem ainda a lembrança - o que a memórica irônica insiste em despertar.
É Maio, mas parece Setembro.
As despedidas começam antes, sem que o coração tenha tempo
de deixar ir o calor e absorver o frio que vem...
É só saudade, mais uma vez...

"Uma noite longa para uma vida curta, mas já não me importa, basta poder te ajudar. E são tantas marcas que já fazem parte do que eu sou agora, mas ainda sei me virar. Eu tô na lantaerna dos afogados, estou te esperando, vê se não vai demorar..." (Os Paralamas do Sucesso)

Tenho ideias que não sei se são de dor ou tampouco desalento, mas são ideias impronunciáveis. Roda de Samsara.

2 comentários:

Tyr Quentalë disse...

Um dia ao me verem cara a cara, comentaram com receio: Vc parece desmotivada.
O desmotivo, não se referia apenas ao trabalho ou a vida caseira, mas a outras coisas mais. O que acabou refletindo em meus bloggers, em todos eles.E às vezes.. até eu mesma sinto falta daquela Antiga Pandora, que abria a caixa, para tudo quanto era assunto.

Druida do Vento disse...

Muito Original... Você transforma as palavras em um doce e gelado sorvete...
Abraço...