quarta-feira, maio 27, 2009

Um dia o sol nasceu mais cedo,
eu sabia o porquê.
Era aquele dia que a gente sabe que vai chegar, mas quando chega pensa que ''po, justo hoje?!''
Tinha um menino (sempre tem um menino)
e ele me ensinou como o silêncio fala.
um dia ele falou que ia fazer silêncio em outro lugar,
para ver se as pessoas de lá saberiam entender o que se sente no não-falar.
Ele foi nesse dia. Minha fortaleza para Fortaleza.
Tão longe da terra do pôr-do-sol alaranjado...
Acho que por isso ele foi no nascer do Sol...Saudando uma última aurora.
Mandei um pedaço de mim com ele, pra garantir que ele volta.
Ele deixou o silêncio aqui, e só.
Agora eu,
que sempre entendi o não-som,
penso no que ele quis dizer com esse último calar.
Será que era para eu ter dito algo dessa vez?
Veio tristeza, revolta, agonia, saudade, desespero, lembrança e... Calmaria.
Sei que ele volta para me devolver aquele pedaço de...
Mas mesmo assim, quando não saúdo o Sol ao acordar, ainda vem às vezes a tristeza, revolta, agonia...........
Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada (Clarice Lispector)

5 comentários:

sankazama@hotmail.com disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leandro Soares Oliveira disse...

Além do silêncio sempre há um barulho incessante. E, complementando tua frase da Clarice:
"Há um silêncio dentr de mim. E ele tem sido a fonte de minhas palavras!"

Paulinho disse...

nossa q postagem perfeitaa
viageii aki lendo
hahahaha

saudadee de vc laisssss !!!

bjoo grande ..

paulinho (carioca) NiNoo

Cláudia I, Vetter disse...

sutil e do dentor mais profundo.

ah, eu entendo.

beijo, força.

Cláudia I, Vetter disse...

dentro*