domingo, agosto 31, 2008

.. Mochilando para outra história ..


O que há de mais estranho em você é o que me atrai.
É claro que quero viajar longe, ir para um lugar desconhecido,
com você, sem você, tanto faz.
*
Lendo "o guia do mochileiro das galáxias" intriguei-me com algo do tipo:
se existe um número finito de planetas com vida no universo
e o universo é infinito,
divide-se o número de planetas por infinito alcançamos
um número tão próximo a zero
que a vida torna-se insignificante.
E toda forma de vida passa a ser uma alucinação causada por variados fatores.
Eu não existo, nem você, muito menos a nossa história. Pronto! Tudo resolvido!
*
Tão insignificante quanto as mentiras que invento para fugir das decisões
são as vezes em que olho no relógio e os números estão iguais.
11:11, 12:12 - 00:00, 01:01.
O que isso significa? Que foi uma coincidência, e .
Você não estava pensando em mim,
apenas eu perdi tempo olhando as horas para acreditar que estava.
E eu estou com sono, por que você não sai e me deixa sonhar em paz de novo?
*
Talvez isso de ser fria, inabalável, impossível...tenha me tornado também estúpida.
Onde já se viu acreditar que é possível se desvencilhar dos descaminhos dos amores impossíveis? impassíveis e intocáveis...
Na verdade era um só amor, o meu pelo não-seu,
sem retorno, sem choro, sem ilusão,
e sem reticências desta vez.

domingo, agosto 24, 2008



À meia-luz e ao som das palavras que não foram ditas,

os olhos fechados

O bongô desritmando a respiração e desmitificando a serenidade do amor

o peito aberto

Vento soprava as grades da janela que ouvia tudo muda querendo gritar

os olhos fixos dentro de um outro olhar

E ele me dizia para parar de encará-lo,

enquanto previa meus próximos atos, minhas próximas falas...

Ele dizia que enchergava dentro de mim,

mas era claro demais lá fora e me disseram que muita luz se ofusca, se conflitua, se anula...

E quantas histórias eu terei de ouvir, imaginar, reescrever, apagar, para que eu possa finalmente começar aa minha ?!

Tie to me tight, tie me up again...

Into your heart I'll beat again...

domingo, agosto 17, 2008

..:: Móbile no Furacão ::..


Acho que não é pra ser.
Eu me junto e me desfaço quase ao mesmo tempo.
Extremismos.
Estou ficando cansada de ser tão intensa,
Me jogar sem olhar pra onde.
Quando é bom, tá bom, eu até causo espanto.
Mas quando é ruim... às vezes tem pedras, e dói.

domingo, agosto 10, 2008


Guantos galhos saem de suas palavras?
Quantos ramos têm seus pensamentos?
Espetam os olhos de quem vê ou seduzem o artista?
E a boca, abriga vermes, insetos, pragas?
Mas se há vertigem do vento de fim de tarde,
se há fluído fluindo de variadas raízes,
se há um chão com minhocas e folhas saídas de si mesmo...
Quem alimenta quem?
É você apenas parte da paisagem?
É você uma sombra esperando o sol se pôr?
É então um desconforto provindo da Lua mal-entendendo?
É alguma coisa, afinal?

domingo, agosto 03, 2008

Sou criança, sou velha, sou atemporal.



É, a infantilidade é essencial.

O espanto com o comum, o sorriso desmotivado (digo, sem motivo aparente para os cidadãos correntes, já que pra sorrir nunca precisou ter motivo), a sem-vergonhice (não as sacanagens ao pé do ouvido ou nudismo vulgar), a inocência... A inocência. Ah, inocência.

O romance à moda antiga, as resoluções rápidas e decisivas (sem as burocracias atuais de pensar sobre o futuro e acabar não deixando o presente acontecer), os gestos sutis (o olhar fixo e alucinado, as covinhas nas buchechas do sorriso...), a conquista... A conquista. Ah, conquista.

E quem foi que disse que tudo tem que ter um timeline? Quem foi que racionalizou tanto a vida? Quem foi que limitou as reações ao que chamamos de real, palpável, esperado?

O destino é uma piada, eu sou imortal. Quando eu deixar de aparecer, como o gato da Alice, ainda assim procurarão meu sorriso. Quando eu deixar de cantar letras nonsense, provocar rainhas, confundir o caminho... mostrar caminhos... Procurarão minhas cores, minhas palhaçadas, minhas travessuras... Por que o tempo não é nada, não muda as linhas das mãos, portanto, não influi no destino (exista ele ou não).

I feel good, so good, cause I've gotta you...