O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.
Quero que essa verdade invada, caia, afunde, como uma bigorna dos desenhos do papa-léguas.
Na terra, na lama, na areia, aonde for.
Plenitude, plenos pulmões pulsando, assoprando, cantando, catando, penas.
Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
(Milan Kundera)
Ah...Agora eu não quero mais a bigorna, quero asas, quero um planador, um pára-quedas, um pára-raios... Embora tudo isso que serve pra parar não deva parar minhas emoções, eu quero, eu quero!
Livre de livros, de livrarias, de livradores. Não quero me livrar, quero ser leve, insuportavelmente leve, de culpa, de dor, de memórias.
Teorias alheias, dogmas arcaicos, coisas dos outros... Não quero mais. Megalomania? Que nada, só pirofagia... Inquisição própria e seleta.
We'll have the live we knew we would... If every simple song I wrote to you would take your breath away, I'd write them all, even more in love with you I'll fall...
Iam rir da minha rima errada, iam ver que eu perco o tom, que não tenho rumo. Mas isso tem jeito. Queria que vissem que posso tirar a respiração, que posso mudar mais rápido ainda de sensação...Enfim, são apenas carcaças, apenas peles antigas, cores velhas, casulos antigos, de uma mesma borboleta...