segunda-feira, março 16, 2009

.. Free Falling ..

O Outono de nossa existência vem assim...
Devagar. Devasso. (para nós que gostamos) de vagar.
Gosto de ver as folhas perdendo a cor,
gosto de ver como se desespera o Verão - que quase explode, um dia calor, um dia chuva torrente, outro dia cinza e ausente.
E a queda.
Como aprecio a queda.
O fim de um ciclo, o começo de outro.
Nem fim nem começo existem, portanto.
Equilíbrio ou instabilidade... Me atraem tanto...
E eu gosto do sopro morno do final das tardes de Verão.
São sopros nostálgicos, de despedida, de saudade.

E eu vou te esperar,
quando todas as folhas já tiverem caído e o chocolate já não puder sustentar essa felicidade figurativa...
quando a solidão já não for uma cena de uma boa fotografia de um olhar na janela...
quando você perceber que "nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz", e bem sabemos que não tem fim.


Lembra que o que valeu a pena foi nossa cena não ter pressa pra passar.

terça-feira, março 10, 2009

..:: Learn to see ::..

Sei que os olhos são epelhos da alma
Sei que são espelhos d'água
Sei que têm todo o glamour que a poesia proporciona,
Mas gosto de fecha-los às vezes, para abrir a imaginação.
Gosto mais ainda de ver você de olhos fechados,
beijando com a alma,
me dizendo adeus sem me olhar, para não chorar.
Mesmo assim chorou,
Maio vai chegar, e eu te espero.
Águas de março fecham o verão,
vão prometendo vida...
O que eu não entendo é combustível,
é o que aguça a curiosidade
para revelar o que não é segredo.
Sem medo, sem tempo, sem futuro.
Não tenho pressa se não acreditar no tempo,
sei também que ele acredita em mim.
Mas tampouco planejo futuro, medo não tenho porque ele não existe.
Pego o tarot, sei o que vai acontecer,
e não me pré-ocupo...
O Destino é previsível, não imutável.

domingo, março 01, 2009

.: I did it my way :.


No começo era bamba.
Não aquelas de samba, que sabem de cor a letra, e sambam majestosamente bem,
bamba de desengonçada mesmo.
Foi ficando pior,
porque aprendeu a andar de verdade e aí quis criar asas.
Criou as asas,
ficou tão leve que o vento levava,
dançando com os silfos quase freneticamente.
Mas encantava tanto...
Colocaram então vendas em meus olhos,
foi engraçado.
O passo inseguro de quem não sabia onde pisar,
a certeza sólida de quem já sabia o final.
Sempre a mesma história...
Não dá pra querer ver só com os olhos,
a mente trai,
consegue deixar até as cores mais belas...
Cores.
Azul ciano, verde limão, branco gelo.
Vira tudo uma coisa só, sem graça,
um nome com adjetivo.
Amarra a imaginação e prende o riso.
Posso ligar a luz ?