E o dia não finda.
Quando personifiquei-lhe, oh nobre sentimento, imaginei luz e sombra, trabalhei com o mais fino pincel na mais sutil estrutura, e fosse tão ingrato.
Havia me esquecido de um detalhe tão importante; não era apenas meu, era agora uma criatura criada para o mundo e dele vítima, reflexo ou malfeitor. Escolhera ser vítima.
Fui aos poucos tomando conhecimento de suas influências, de suas fragilidades perante elas, e de seu pulso pouco rigoroso...Logo eu que amei sua ascensão, vi sua queda abrupta e irreversível (?).
Minha criação era impecável, cabal, única, impassível de erro, indiferente a dor, imune à paixão, serena e apenas uma criação. Personificação imatura que sofria agora um efeito placebo.
Foi minha ânsia por tê-lo conservado na cúpula de vidro que cuidadosamente desenhei com tinta invisível em sua essência? Foi minha angústia por vê-la se despedaçar num mundo paralelo ao meu que infiltrou-se na sua vida também em um universo paralelo de tempo? Foi minha aflição a não ter forçar suficientes pra lhe trazer de volta ao cenário inicial?
Egoísmo ou apenas desilusão, tanto faz, a frivolidade do cinza profetizava uma brusca mudança de planos. Mas nunca é tarde pra colorir uma imagem, e a sua está apenas esperando a invenção das cores certas.
"Já não sei dizer se ainda sei sentir. Meu coração já não me pertence, já não quer mais obedecer, parece agora estar tão cansado quanto eu. Até pensei que era mais por não saber se ainda sou capaz de acreditar... Me sinto tão só, e dizem que a solidão até que me cai bem. (...) Se meu desejo então já se realizou, o que fazer depois, pra onde é que eu vou?"
Um comentário:
Por que toda vez que leio os seus textos eu tenho vontade de chorar?
Eu qria estar ai com você!Desejei isso a cada carta que li, a cada carta q escrevi nesses cinco anos!
"Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente,
Quase parecento te ferir
Não qria te ver assim -
Qro a tua força como era antes..."
Te amo!
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