segunda-feira, outubro 20, 2008

Para que o costume não se perca


Não me canso de metaforizar, descrever, elogiar, ressaltar, 
e me encantar 
com o delicado e bruto movimento das borboletas.

Um movimento tão completo e harmônico quanto uma dança;
 passo a passo, crescente, envolvente:
 necessário e urgente em cada detalhe.

Cadência imaculada e evolução assistida e persistente... 
Rastejante, difícil, mística... 
Recolhe-se, medita, prepara-se, espera, aguarda paciente um par de asas,
liberdade concedida pelo vento.

Liberdade provisória é válida e bela nesse caso. 24horas. 
Ela atinge o máximo de sua evolução, 
frágil e destemida é brinquedo para o vento
 e colírio para os olhos...

Borboleta, borboleta, 
borbulha a letra ao querer contê-la em palavras...

quarta-feira, outubro 01, 2008

..:: Muito barulho por nada ::..



Barulho

Fazer barulho é necessidade insaciável do espírito inquieto. Contudo, existem vários tipos de barulho:

Aquele que está dentro e sempre acompanha os devaneios da mente.

Aquele que não faz diferença que, de tão cheio, ficou vazio.

Tem também aquele barulho de desabafo que pode ser um trombone ou um suspiro, mas a intensidade do alívio é que conta.

Tem barulho que é abusado, incômodo, insistente, que a gente pede para ir embora, quase implora, mas aí é que ele fica, fazendo barulho no silêncio desesperador da procura (por sabe-se lá o quê).

...do próprio silêncio quem sabe. Aquele que calado espera por uma provocação ou razão para se mostrar.

Designificações das coisas e dos seres


Recompensa


Obrigado não me basta. Até por que é uma palavra horrível; lembra contravontade, função irrevogável, obrigação mesmo.

Sorriso é bem melhor, claro. Mas ainda não é isso.

Bom mesmo é aquele olhar, aquela inclinada que a cabeça dá querendo que o ombro explique o porquê da gratidão.

Mas ombro não fala. Bom de verdade é não precisar provar, é deixar o gesto solto, sem ter que que autoafirmar. 

Melhor ainda é ter no sorrriso um conforto, é ser o sorriso a gratidão eterna por um gesto finito que se eterniza no tremor que dá por dentro quando as buchechas se contraem...